Tenha amor e gratidão
VIVER A ESPIRITUALIDADE
A nossa dimensão espiritual é importante pois
diz-nos quem somos e que caminho devemos seguir, mas a nossa dimensão física
também é importante para sustentar a nossa vida e propiciar os recursos
necessários à expressão de quem somos e de tudo o que poderemos vir a
manifestar. O grande paradoxo da Espiritualidade é como viver a Espiritualidade
se estamos no domínio da matéria?
Quando éramos apenas
consciência nada mais importava… quando observávamos apenas a vida… tudo fazia
sentido… tudo se conjugava, tudo se encaixava… quando éramos apenas na dimensão
inicial deste corpo…. no contato primordial com a vida… tudo fazia parte, tudo
simplesmente vibrava…. e o milagre da vida era reconhecido…. E éramos apenas
isso! Um dia afastámo-nos dessa essência natural e perdemo-nos na tentativa de
explicar o que somos e para onde vamos.
Viver a Espiritualidade é Viver em Amor e
Gratidão, na consciência que a única tarefa é SER!
Surgem cada vez mais
opções, caminhos e formas na criação de capacidades e condições para ajudar o
ser humano a atingir um nível de consciência maior e mais elevado, no que diz
respeito à sua própria existência e manifestação terrena. É comum e natural
falar em espiritualidade como caminho ou ‘alimento’ para a alma. Mas até que
ponto já entendemos qual o verdadeiro percurso a fazer? Até que ponto já percebemos
que talvez não precisemos de percorrer um caminho ou procurar sermos espirituais para viver em
plenitude? Até que ponto o próprio mecanismo que se encontra na origem da
necessidade de percorrer um caminho, não é o mesmo mecanismo que criou a
realidade que vibramos e que simplesmente não nos satisfaz? Porque será que é
tão difícil viver a espiritualidade no dia-a-dia, onde a manifestação do amor e
da paz é algo natural e simples?
Para entendermos
melhor o ‘mundo espiritual’ e a nossa tarefa nesse mundo, precisamos antes de
tudo, abrir o coração a este momento e deixarmos cair os véus do ego e das
limitações internas do processamento mental. E para isso, antes de tudo, na
consciência da condição que manifestamos – como seres terrenos em suposta
evolução espiritual - precisamos observar o que somos na totalidade, começando
pelo mundo físico e material.
O 1º passo é olharmos para a nossa realidade
física
Como poderemos ver o
que apenas os olhos da alma alcançam, enquanto não conseguirmos ver o que os olhos
reais nos mostram diariamente? Será que aquilo que muitas vezes chamamos de ser espiritual ou desenvolver a espiritualidade, não é mais uma armadilha do ego para
nos afastarmos do verdadeiro trabalho a que nos propusemos… que é SER
simplesmente? Será que se fosse assim tão importante ‘ser espiritual’,
necessitaríamos de estar por cá? Ou será que a espiritualidade não é apenas uma
lembrança necessária para nos manter apenas ligados à fonte e à verdadeira
essência do que somos?
Como podemos ascender
à consciência maior do Eu divino, se ainda não conseguimos lidar com situações
terrenas relacionadas com a nossa sexualidade ou o corpo físico, por exemplo?
Ao longo de 7 anos de trabalho em atendimento individual, verifiquei que 99,9%
das manifestações ditas ‘espirituais’, eram simplesmente comportamentos gerados
pelo mecanismo associado ao ego, ao medo e à falta de amor-próprio. No fundo
tentativas de fuga à verdade pessoal que precisava de ser observada e aceite
como natural e verdadeira. Já olhou à sua volta? Já tentou perceber qual a
razão que se encontra na base da dificuldade em viver na espiritualidade?
Confundimos espiritualidade com lições baseadas no ego e nas próprias limitações
da ilusão emocional. Porque se assim não fosse, não teríamos já alcançado
condições para viver na espiritualidade como algo natural e inerente à vida?
Tudo começa e termina em nós. Viver na
espiritualidade é SER
O segredo é ACEITAR o que somos neste momento
Quando percebemos que
tudo começa e termina em nós e que o único criador de toda a realidade, somos
nós mesmos, descansaremos na serenidade do estado SER e viveremos na magia do
amor natural que somos. Torna-se difícil vivermos na espiritualidade, ou
vibrarmos uma consciência mais elevada neste plano terreno, porque ainda não
aceitámos a possibilidade que até o CÉU, DEUS e TODAS AS COISAS foram criadas
por nós. Na minha experiência pessoal, na paz e amor que acredito vibrar, a
âncora que me fixou a mim mesmo e ao meu centro foi aceitar-me como o criador
de mim mesmo e de toda a realidade que me envolve. Percebi que não vale a pena
grandes ‘malabarismo’, rituais, orações, ou mecanismos para atingirmos um
estado pleno de paz e amor… basta sermos inteiros e permanecermos ligados à
consciência que TUDO É DENTRO … e NADA É FORA!
Que o amor e paz
habitem sempre no vosso coração
Joaquim Caeiro
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