Viver a Espiritualidade (Mai 2013)

Tenha amor e gratidão

VIVER A ESPIRITUALIDADE

A nossa dimensão espiritual é importante pois diz-nos quem somos e que caminho devemos seguir, mas a nossa dimensão física também é importante para sustentar a nossa vida e propiciar os recursos necessários à expressão de quem somos e de tudo o que poderemos vir a manifestar. O grande paradoxo da Espiritualidade é como viver a Espiritualidade se estamos no domínio da matéria?

Quando éramos apenas consciência nada mais importava… quando observávamos apenas a vida… tudo fazia sentido… tudo se conjugava, tudo se encaixava… quando éramos apenas na dimensão inicial deste corpo…. no contato primordial com a vida… tudo fazia parte, tudo simplesmente vibrava…. e o milagre da vida era reconhecido…. E éramos apenas isso! Um dia afastámo-nos dessa essência natural e perdemo-nos na tentativa de explicar o que somos e para onde vamos.

Viver a Espiritualidade é Viver em Amor e Gratidão, na consciência que a única tarefa é SER!
Surgem cada vez mais opções, caminhos e formas na criação de capacidades e condições para ajudar o ser humano a atingir um nível de consciência maior e mais elevado, no que diz respeito à sua própria existência e manifestação terrena. É comum e natural falar em espiritualidade como caminho ou ‘alimento’ para a alma. Mas até que ponto já entendemos qual o verdadeiro percurso a fazer? Até que ponto já percebemos que talvez não precisemos de percorrer um caminho ou procurar sermos espirituais para viver em plenitude? Até que ponto o próprio mecanismo que se encontra na origem da necessidade de percorrer um caminho, não é o mesmo mecanismo que criou a realidade que vibramos e que simplesmente não nos satisfaz? Porque será que é tão difícil viver a espiritualidade no dia-a-dia, onde a manifestação do amor e da paz é algo natural e simples?
Para entendermos melhor o ‘mundo espiritual’ e a nossa tarefa nesse mundo, precisamos antes de tudo, abrir o coração a este momento e deixarmos cair os véus do ego e das limitações internas do processamento mental. E para isso, antes de tudo, na consciência da condição que manifestamos – como seres terrenos em suposta evolução espiritual - precisamos observar o que somos na totalidade, começando pelo mundo físico e material.

O 1º passo é olharmos para a nossa realidade física
Como poderemos ver o que apenas os olhos da alma alcançam, enquanto não conseguirmos ver o que os olhos reais nos mostram diariamente? Será que aquilo que muitas vezes chamamos de ser espiritual ou desenvolver a espiritualidade, não é mais uma armadilha do ego para nos afastarmos do verdadeiro trabalho a que nos propusemos… que é SER simplesmente? Será que se fosse assim tão importante ‘ser espiritual’, necessitaríamos de estar por cá? Ou será que a espiritualidade não é apenas uma lembrança necessária para nos manter apenas ligados à fonte e à verdadeira essência do que somos?
Como podemos ascender à consciência maior do Eu divino, se ainda não conseguimos lidar com situações terrenas relacionadas com a nossa sexualidade ou o corpo físico, por exemplo? Ao longo de 7 anos de trabalho em atendimento individual, verifiquei que 99,9% das manifestações ditas ‘espirituais’, eram simplesmente comportamentos gerados pelo mecanismo associado ao ego, ao medo e à falta de amor-próprio. No fundo tentativas de fuga à verdade pessoal que precisava de ser observada e aceite como natural e verdadeira. Já olhou à sua volta? Já tentou perceber qual a razão que se encontra na base da dificuldade em viver na espiritualidade? Confundimos espiritualidade com lições baseadas no ego e nas próprias limitações da ilusão emocional. Porque se assim não fosse, não teríamos já alcançado condições para viver na espiritualidade como algo natural e inerente à vida?

Tudo começa e termina em nós. Viver na espiritualidade é SER

O segredo é ACEITAR o que somos neste momento
Quando percebemos que tudo começa e termina em nós e que o único criador de toda a realidade, somos nós mesmos, descansaremos na serenidade do estado SER e viveremos na magia do amor natural que somos. Torna-se difícil vivermos na espiritualidade, ou vibrarmos uma consciência mais elevada neste plano terreno, porque ainda não aceitámos a possibilidade que até o CÉU, DEUS e TODAS AS COISAS foram criadas por nós. Na minha experiência pessoal, na paz e amor que acredito vibrar, a âncora que me fixou a mim mesmo e ao meu centro foi aceitar-me como o criador de mim mesmo e de toda a realidade que me envolve. Percebi que não vale a pena grandes ‘malabarismo’, rituais, orações, ou mecanismos para atingirmos um estado pleno de paz e amor… basta sermos inteiros e permanecermos ligados à consciência que TUDO É DENTRO … e NADA É FORA!

Que o amor e paz habitem sempre no vosso coração
Joaquim Caeiro



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