A Consciência da Consciência (Dez 2011)

ZEN ENERGY | DEZEMBRO 2011
A Consciência da Consciência

Herdámos dos nossos antepassados uma forma de ser, estar e viver que nos empurra para um trabalho interior cada vez mais profundo. Décadas e décadas de evolução fizeram-nos acreditar num ideal ou num estilo de vida supostamente correctos e normais. Tentámos compreender, mudar, transformar e no entanto continuamos limitados pelo próprio mecanismo que criou esse mesmo estilo de vida, agindo como se nada fosse, numa espécie de estado de dormência colectiva. O momento para o despertar chegou, e é agora que devemos mais do que nunca assumir a verdade individual, na consciência que isso afectará a verdade colectiva.

O ponto de partida
Ao observarmos a nossa história evolutiva, conseguimos perceber que criámos várias formas para chegar ao EU, e à nossa essência mais profunda. Criámos religiões, estilos de vida, ideais, valores, que supostamente nos levariam a essa mesma essência e chegámos à conclusão que parece não ter sido o suficiente. 

Continuamos a matar em nome de Deus, a exercer poder uns sobre os outros, a apontar o dedo, a manifestar ganância e medos, a viver com base numa realidade irreal e ainda nos manifestamos contra o próprio sistema que nós próprios criámos, como se estivéssemos dormentes e hipnotizados. Se formos fiéis a nós mesmos, percebemos que mais do que tudo o que foi feito até aqui, existe algo que parece ter-nos escapado. Não faz muito sentido, enveredarmos por uma estrada que naturalmente nos deveria levar à Paz e no final encontramos ainda mais desordem e incoerência. O que devemos ver que ainda não vimos? O que devemos perceber que ainda não percebemos? Como devemos agir? Em que podemos acreditar verdadeiramente?

A essência manifesta-se em si mesmo
Sempre que procuramos compreender, ou tentamos agir com uma determinada finalidade, a essência perde-se. Mas como pode isso acontecer se a intenção é isso mesmo? Tal como a vida a verdadeira essência É apenas! Não existe meio-termo, não existe uma segunda oportunidade … ela É apenas! Sempre que tentamos ou agimos partindo de um princípio de dúvida ou diferente da simples manifestação, accionamos um processo que se desenvolve internamente a nível do subconsciente, que demonstra isso mesmo – um confronto à origem da própria essência, ou por outras palavras, uma rejeição da própria manifestação da essência. Na verdade não temos que tentar compreender, apenas temos de SER. Sabemos isso na teoria, mas continuamos envolvidos na tal dormência que nos empurra para aquilo que consideramos realidade real! Porquê? Porque nos esquecemos que o mesmo mecanismo que nos criou e trouxe até aqui, o mesmo mecanismo que deu origem ao EU que conhecemos, é o mesmo mecanismo que nos levará ao verdadeiro despertar consciente da essência. Repare em si. Observe-se. Aquilo que é e manifesta é resultado de tudo aquilo que assimilou em si, de tudo aquilo que viveu e experienciou ao longo de toda a sua vida. Cada parte é fundamental e essencial à sua estrutura interna, que o levará ao verdadeiro conceito de quem é na realidade hoje. No entanto, por defeito, e naturalmente, como parte integrante de todo o mecanismo que dá origem ao processamento de memórias, pensamentos e emoções, assumimos que tínhamos que alcançar a cura, ou transformar-nos. Sem querer, atirámo-nos inconscientemente para o abismo que nos distanciou de nós mesmos, porque na verdade, a única coisa que devemos fazer é SER. Ser com tudo o que somos, e com tudo o que faz parte de nós.

Uma consciência consciente
Mais do que a simples consciência de que a vida e de tudo o que conhecemos como realidade, devemos mais do que nunca assumir a possibilidade de uma consciência na forma como estamos a usar a própria consciência. Se aceitarmos o facto de que agimos e somos de acordo com o que pensamos e acreditamos, porque continuamos a falar em medos e em traumas? Se aceitarmos o facto de que caminhamos para um despertar ou transformação, porque continuamos ainda a descurar a realidade de que esse despertar pode ser AGORA…ou melhor, É…com a vida, de uma forma fluida e natural? Fazemo-lo porque continuamos a tentar SER fora dessa fluidez natural. Fazemo-lo porque simplesmente não temos consciência de que o que conhecemos como realidade do EU, neste momento, é por defeito uma realidade criada com base num passado e em registos que simplesmente acumulámos e vivenciámos, esquecendo que o próprio tempo em que o fizemos foi outro tempo…acreditando única e exclusivamente numa realidade baseada aí, esquecendo a possibilidade de olhar para a frente, ou para onde queremos ir! Jamais poderemos sentir uma realidade que não pertence ao momento em que nos encontramos. Ou seja, enquanto continuarmos a olhar para o que somos e o que temos, ou ainda, enquanto continuarmos a tentar curar ou limpar ou perceber o que deu origem ao nosso eu actual, apenas vamos ter isso mesmo – um prolongamento e repetição desse EU! Se desejamos algo diferente, teremos de criar capacidades para olhar para fora dessa realidade e SER apenas com base nisso! Ao assumirmos essa verdade, apenas estamos a aplicar uma consciência consciente.

O mecanismo que o levará à Consciência da Consciência
Todos nós sabemos o que devemos fazer. Todos nós sabemos que existe algo semelhante que nos une – a essência do acreditar na paz e no amor! É para isso e por isso que vivemos! Na verdade, devemos a partir deste momento começar a reformular o vocabulário e criar condições para que se manifeste em tempo real, isso mesmo. Reformulando a frase: Todos acreditamos na paz e no amor, portanto SOMOS ISSO MESMO! Devemos lembrar-nos sempre que as próprias palavras limitam a manifestação da própria essência. Por mais que tentemos explicar o que sentimos, jamais o poderemos fazer através de palavras na sua totalidade, é na essência e na simples e fluida manifestação que o podemos entender!

Para criar o mecanismo que o poderá ajudar a tomar consciência da própria consciência deixo-lhe alguns passos que considero fundamentais e que me ajudaram a alcançar e a SER o que SOU hoje:

- Sente-se…feche os olhos…sorria…observe o seu interior…observe a sua respiração natural…relaxe…mantenha o sorriso. Observe os seus pensamentos…até perceber que existe o que está a ser observado (pensamentos) e quem está a observar (a sua verdadeira essência).
- Tome consciência que tudo está e é em TI! Aceite todas as emoções, pensamentos, experiências como parte do seu ser, da sua estrutura (se tirar alguma delas irá perceber que a pessoa que é hoje não seria a mesma).
- Aceite todos os seus relacionamentos com base na consciência que são resultado do relacionamento consigo mesmo! Isso permitir-lhe-á alcançar a capacidade em sentir o ‘Agora’, ou a fluidez natural da vida!
- Assuma a responsabilidade sobre si mesmo, em todas as suas escolhas e atitudes, tornando-se seguidor de si mesmo.
Assuma um compromisso consigo mesmo e dedique a si. Estude-se, observe-se, seja consigo mesmo. Ao fazê-lo está inconscientemente a dizer a si mesmo – eu amo-me, aceito-me! Lembre-se que tudo o que é, é fruto do que foi, e tudo o que será, será produto do que é agora!
Eu Sou em Ti como tu És mim! Eu acredito em TI, porque acredito em Mim!

SEJA APENAS!

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